sábado, 4 de setembro de 2010

Crenças e crentes

Crescem os crentes da Igreja Lulista Brasileira, onde a fé se junta ao oportunismo, o crime pela causa não é pecado e oposição é sacrilégio. Em sua teologia, satanás é substituído pela elite e exorcizado pelos seus bispos, cada vez mais ricos e poderosos.


Trecho do texto Crenças e crentes de Nelson Motta, O Estado de S.Paulo, 03 de setembro de 2010.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Provando porque o socialismo não funciona

Autor: desconhecido

Um professor de economia na universidade Texas Tech disse que ele nunca repetiu um só aluno antes mas tinha, uma vez, repetido uma classe inteira.

Esta classe em particular tinha insistido que o socialismo realmente funcionava: ninguém seria pobre e ninguém seria rico, tudo seria igualitário e ‘justo’. O professor então disse, “Ok, vamos fazer um experimento socialista nesta classe. Ao invés de dinheiro, usaremos suas notas em testes”.

Todas as notas seriam concedidas com base na média da classe, e portanto seriam ‘justas’. Isso quis dizer que todos receberiam as mesmas notas, o que significou que ninguém repetiria. Isso também quis dizer, claro, que ninguém receberia um A…

Depois que a média das primeiras provas foram tiradas, todos receberam B. Quem estudou com dedicação ficou indignado, mas os alunos que não se esforçaram ficaram muito felizes com o resultado.

Quando o segundo teste foi aplicado, os preguiçosos estudaram ainda menos – eles esperavam tirar notas boas de qualquer forma. Aqueles que tinham estudado bastante no início resolveram que eles também se aproveitariam do trem da alegria das notas. Portanto, agindo contra suas tendências, eles copiaram os hábitos dos preguiçosos. Como um resultado, a segunda média dos testes foi D.

Ninguém gostou.

Depois do terceiro teste, a média geral foi um F.

As notas não voltaram a patamares mais altos, mas as desavenças entre os alunos, buscas por culpados e palavrões passaram a fazer parte da atmosfera das aulas daquela classe. A busca por ‘justiça’ dos alunos tinha sido a principal causa das reclamações, inimizades e senso de injustiça que passaram a fazer parte daquela turma. No final das contas, ninguém queria mais estudar para beneficiar o resto da sala.
Portanto, todos os alunos repetiram… Para sua total surpresa.

O professor explicou que o experimento socialista tinha falhado porque ele foi baseado no menor esforço possível da parte de seus participantes. Preguiça e mágoas foram seu resultado. Sempre haveria fracasso na situação a partir da qual o experimento tinha começado.

“Quando a recompensa é grande”, ele disse, “o esforço pelo sucesso é grande, pelo menos para alguns de nós. Mas quando o governo elimina todas as recompensas ao tirar coisas dos outros sem seu consentimento para dar a outros que não batalharam por elas, então o fracasso é inevitável”.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Randy Pausch Last Lecture: Achieving Your Childhood Dreams




Mais sobre (more about) Randy Pausch: http://en.wikipedia.org/wiki/Randy_Pausch

Se alguém souber de uma versão com legendas em português por favor me avise. Basta deixar um recado no blog.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Dois Quintos dos Infernos - A Derrama Atual

Você sabe porque no dia 21 de abril é Feriado?? É o dia de Tiradentes!!!!!!!!!

E você sabe porque é o dia de Tiradentes? Então ..........muitas pessoas não sabem explicar.

Leia com atenção, pois aprender a nossa história é importante.

Ou só importa que dia 21 de Abril seja feriado?


Dois quintos dos infernos – a derrama atual

Robson Alves Ribeiro


No antigo Direito português derrama se chamava o imposto lançado sobre todos para suprir gastos extraordinários. Imposto "derramado" sobre todos.

O Brasil Colônia pagava um alto tributo para seu colonizador, Portugal. Esse tributo incidia sobre tudo o que fosse produzido em nosso país e correspondia a 20% da produção. Essa taxação altíssima, absurda, era chamada de "o quinto". Esse imposto recaía principalmente sobre nossa produção de ouro.

O quinto era tão odiado pelas pessoas que foi apelidado de "o quinto dos infernos".

Em 1788, sempre zelosa de sua mais opulenta capitania, a Coroa substitui o corrupto governador Luís da Cunha Meneses por Luís Antônio Furtado de Mendonça, visconde de Barbacena e sobrinho do vice-rei Luís de Vasconcelos e Sousa. O visconde chegou a Vila Rica (hoje Ouro Preto) com ordens expressas para aplicar o alvará de dezembro de 1750, segundo o qual Minas precisava pagar cem arrobas (ou 1.500 Kg) de ouro por ano para a Coroa.

O visconde anunciou: a derrama, por mais odiada e temida, seria cobrada em fevereiro de 1789. A partir de então, era decretada pela Coroa, quando na região de Minas Gerais. Funcionários do governo português, na data marcada, poderiam confiscar bens, invadir moradias, prender e até matar para cobrir o valor mínimo estipulado para o quinto (que representava 20% do ouro arrecadado) de 100 arrobas ou 1.500 kg de ouro anuais, sempre que houvesse déficit de produção. Todo ano, se não arrecadados 1.500 kg ou 100 arrobas, era agora a parte de Portugal arrecadar dos povos vizinhos ouro até completar esse total.

Em determinado tempo, Portugal quis cobrar os quintos atrasados de uma só vez – episódio que ficou conhecido como “a derrama”, como descrito acima. Essa determinação de Portugal provocou grande insatisfação na população. Um clima de tensão e revolta tomou conta das camadas mais altas da sociedade mineira. Por isso, importantes membros da elite econômica e cultural de Minas começaram a se reunir e a planejar um movimento contra as autoridades portuguesas. Inconfidência Mineira foi o nome pelo qual ficou conhecido o movimento rebelde e organizado pelos homens ricos e cultos de Minas Gerais, que teve seu ponto culminante no enforcamento do líder Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes.

Hoje, a carga tributária é o dobro daquela época da Inconfidência Mineira, ou seja, pagamos hoje dois quintos dos infernos!!!

A carga tributária brasileira atingiu 38,80% do PIB em 2006, o que representa um crescimento de 0,98 ponto percentual em relação a 2005, quando alcançou 37,82%, segundo projeções do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT).

“Mais que na truculência das armas, é na voracidade fiscal que melhor se revela a índole autoritária de um governo. Não é casual que o movimento insurrecional mais expressivo do Brasil-Colônia tenha se dado em torno de impostos (a derrama) e que daí tenha emergido a figura de nosso herói maior, o Tiradentes. Era na área fiscal que o colonizador de então exibia na plenitude o seu espírito tirânico. A cobrança de um quinto, o “quinto dos infernos”, sobre toda a produção de ouro gerou revolta e indignação. Quem diria que, séculos depois, com o país já livre da tirania externa (mas subjugado a outro tipo de tirania, interna), um quinto nos soasse como amenidade? Hoje, pagamos em impostos algo próximo a um terço do que produzimos. E a contrapartida, a prestação de serviços, é a mais precária possível”, declarou o ex-presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Roberto Busato.

Será que temos que ficar quietos, calados, passivos e esperando por um novo Tiradentes?

A luta por justiça e transparência tributária é, para a cidadania brasileira, tão relevante quanto a luta contra a ditadura. Sem justiça tributária, não há democracia, desenvolvimento ou justiça social. Daí por que sustentamos que essa é uma luta de todos: pobres e ricos, empresários e assalariados.

Passou da hora de começarmos um movimento por justiça tributária ou mesmo criarmos uma nova Inconfidência, caso contrário jamais realmente teremos uma verdadeira democracia e justiça social.

Veja quais são os 74 impostos no Brasil:

Com a criação da taxa de fiscalização e controle da Previdência Complementar - TAFIC - art. 12 da MP nº 233/2004 – agora são 74 impostos e taxas no Brasil – correspondendo a sobre o faturamento bruto das empresas.

Confira a lista de tributos que pagamos no Brasil – segundo o sitio da Aclame.
* Adicional de Frete para Renovação da Marinha Mercante – AFRMM – Lei 10.893/2004
* Contribuição á Direção de Portos e Costas (DPC) - Lei 5.461/1968
* Contribuição ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - FNDCT - Lei 10.168/2000
* Contribuição ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), também chamado "Salário Educação"
* Contribuição ao Funrural
* Contribuição ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) - Lei 2.613/1955
* Contribuição ao Seguro Acidente de Trabalho (SAT)
* Contribuição ao Serviço Brasileiro de Apoio a Pequena Empresa (Sebrae) - Lei 8.029/1990
* Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado Comercial (SENAC) - Lei 8.621/1946
* Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado dos Transportes (SENAT) - Lei 8.706/1993
* Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado Industrial (SENAI) - Lei 4.048/1942
* Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado Rural (SENAR) - Lei 8.315/1991
* Contribuição ao Serviço Social da Indústria (SESI) - Lei 9.403/1946
* Contribuição ao Serviço Social do Comércio (SESC) - Lei 9.853/1946
* Contribuição ao Serviço Social do Cooperativismo (SESCOOP)
* Contribuição ao Serviço Social dos Transportes (SEST) - Lei 8.706/1993
* Contribuição Confederativa Laboral (dos empregados)
* Contribuição Confederativa Patronal (das empresas)
* Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico - CIDE Combustíveis - Lei 10.336/2001
* Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública - Emenda Constitucional 39/2002
* Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional - CONDECINE - art. 32 da Medida Provisória 2228-1/2001 e Lei 10.454/2002
* Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF)
* Contribuição Sindical Laboral (não se confunde com a Contribuição Confederativa Laboral, vide comentários sobre a Contribuição Sindical Patronal)
* Contribuição Sindical Patronal (não se confunde com a Contribuição Confederativa Patronal, já que a Contribuição Sindical Patronal é obrigatória, pelo artigo 578 da CLT, e a Confederativa foi instituída pelo art. 8º, inciso IV, da Constituição Federal e é obrigatória em função da assembléia do Sindicato que a instituir para seus associados, independentemente da contribuição prevista na CLT)
* Contribuição Social Adicional para Reposição das Perdas Inflacionárias do FGTS - Lei Complementar 110/2001
* Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS)
* Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL)
* Contribuições aos Órgãos de Fiscalização Profissional (OAB, CRC, CREA, CRECI, CORE, etc.)
* Contribuições de Melhoria: asfalto, calçamento, esgoto, rede de água, rede de esgoto, etc.
* Fundo Aeroviário (FAER) - Decreto Lei 1.305/1974
* Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (FISTEL) - lei 5.070/1966 com novas disposições da lei 9.472/1997
* Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS)
* Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST) - art. 6 da Lei 9998/2000
* Fundo Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades de Fiscalização (Fundaf) - art.6 do Decreto-lei 1.437/1975 e art. 10 da IN SRF 180/2002.
* Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)
* Imposto sobre a Exportação (IE)
* Imposto sobre a Importação (II)
* Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA)
* Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU)
* Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR)
* Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza (IR - pessoa física e jurídica)
* Imposto sobre Operações de Crédito (IOF)
* Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS)
* Imposto sobre Transmissão Bens Intervivos (ITBI)
* Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD)
* INSS - Autônomos e Empresários
* INSS - Empregados
* INSS - Patronal
* IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados)
* Programa de Integração Social (PIS) e Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP)
* Taxa de Autorização do Trabalho Estrangeiro
* Taxa de Avaliação in loco das Instituições de Educação e Cursos de Graduação - lei 10.870/2004
* Taxa de Classificação, Inspeção e Fiscalização de produtos animais e vegetais ou de consumo nas atividades agropecuárias - Decreto Lei 1.899/1981
* Taxa de Coleta de Lixo
* Taxa de Combate a Incêndios
* Taxa de Conservação e Limpeza Pública
* Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental - TCFA - lei 10.165/2000
* Taxa de Controle e Fiscalização de Produtos Químicos - lei 10.357/2001, art. 16
* Taxa de Emissão de Documentos (níveis municipais, estaduais e federais)
* Taxa de Fiscalização CVM (Comissão de Valores Mobiliários) - lei 7.940/1989
* Taxa de Fiscalização de Vigilância Sanitária Lei 9.782/1999, art. 23
* Taxa de Fiscalização dos Produtos Controlados pelo Exército Brasileiro - TFPC - lei 10.834/2003
* Taxa de Fiscalização e Controle da Previdência Complementar - TAFIC - art. 12 da MP 233/2004
* Taxa de Licenciamento Anual de Veículo
* Taxa de Licenciamento para Funcionamento e Alvará Municipal
* Taxa de Pesquisa Mineral DNPM - Portaria Ministerial 503/1999
* Taxa de Serviços Administrativos - TSA - Zona Franca de Manaus - lei 9960/2000
* Taxa de Serviços Metrológicos - art. 11 da lei 9933/1999
* Taxas ao Conselho Nacional de Petróleo (CNP)
* Taxas de Outorgas (Radiodifusão, Telecomunicações, Transporte Rodoviário e Ferroviário, etc.)
* Taxas de Saúde Suplementar - ANS - lei 9.961/2000, art. 18
* Taxa de Utilização do MERCANTE - Decreto 5.324/2004
* Taxas do Registro do Comércio (Juntas Comerciais)
* Taxa Processual Conselho Administrativo de Defesa Econômica - CADE - Lei 9.718/1998

*Robson Alves Ribeiro, 39 anos, é consultor, pesquisador, analista dos estudos da Administração de Empresas e criador do tourolouco.blogspot.com. Contato: robson.a.ribeiro@gmail.com

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Qual é a maior estupidez brasileira?


Pelo impacto social, meu voto vai pela falta ou precariedade de programas de saúde escolar. Só um estúpido completo é capaz de imaginar que vamos melhorar nossos indicadores educacionais com crianças que não ouvem e não enxergam direito.

09/09/2007 --- Gilberto Dimenstein

Qual é a maior estupidez brasileira?

http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/gilbertodimenstein/ult508u326868.shtml

Começa nesta semana um programa gerido por médicos da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) para diminuir o espantoso número de estudantes que, por causa de doenças simples de serem tratadas, têm dificuldades nas escolas. O programa é patrocinado pela prefeitura de São Paulo, previsto para atingir todos os alunos da rede municipal.

Faz dois meses que os médicos da Unifesp (antiga Escola Paulista de Medicina) desenvolvem um piloto numa escola e encontraram uma galeria de horrores. É como se crianças estivessem apodrecendo por falta de tratamento médico. Algumas doenças são de fácil resolução como baixa acuidade visual e de audição. A taxa de sobrepeso é de 30%; 60% têm cáries.

O que os médicos estão constatando ocorre em todas as escolas brasileiras --e ocorre porque não se consegue um melhor entrosamento entre as áreas de educação e saúde. Estamos falando aqui de um problema que, segundo as estatísticas, atinge 40% dos alunos da rede pública. Ou seja, algo como 25 milhões de estudantes. Sei de meninos tratados como surdos, mas que não limpavam o ouvido. E de outros considerados retardados pelos professores, mas que tinham distúrbios psicológicos provocados pela violência doméstica. Há disléxicos considerados burros. Ou anêmicos chamados de preguiçosos.

Não é fácil eleger a maior imbecilidade brasileira, tamanha a oferta de candidaturas. Pelo impacto social, meu voto vai pela falta ou precariedade de programas de saúde escolar. Só um estúpido completo é capaz de imaginar que vamos melhorar nossos indicadores educacionais com crianças que não ouvem e não enxergam direito.

PS- Se Gilberto Kassab conseguir tocar esse projeto, terá realizado sua maior contribuição à cidade de São Paulo. Muito maior do que a Cidade Limpa que, apesar de seus méritos, é uma obra de fachada. Não existe pior poluição do que a falta de saúde e a falta de educação. Se bem sucedido (o que, em se tratando de poder público, é sempre uma dúvida), a Unifesp poderá disseminar esse modelo em todas as grandes cidades, onde, em geral, a saúde escolar é, quando existe, pífia.

Gilberto Dimenstein, 48, é membro do Conselho Editorial da Folha e criador da ONG Cidade Escola Aprendiz. Coordena o site de jornalismo comunitário da Folha. Escreve para a Folha Online às terças-feiras.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Email responsável

Eu frequentemente recebo emails contendo boatos, lendas, vírus, falsos vírus, falsos pedidos de ajuda, etc, etc. O que diferencia estas mensagens do spam que também enche nossas caixas postais é que estas pulhas virtuais são geralmente enviadas por amigos que, se parassem para pensar alguns segundos antes de clicar no botão de enviar, perceberiam que há algo de errado no conteúdo da mensagem que estão repassando.

Em geral eu simplesmente apago estas mensagens sem ao menos ler completamente. Porém, quando quero verificar a veracidade do conteúdo eu consulto um site muito útil sobre lendas e folclore da Internet, as chamadas pulhas virtuais (hoaxes):


Antes de repassar alguma mensagem, sugiro fortemente verificar a veracidade da mesma. Este é um ato de respeito, no mínimo, ao destinatário de sua mensagem.

quinta-feira, 21 de junho de 2007

E o meu troco?

Cena 1: Você vai numa loja de 1,99 e compra um importado de qualidade duvidosa por R$4,99. Paga com uma Arara (nota de R$10,00) e recebe uma Garça (nota de R$5,00) de troco. E o Pedrinho (moeda de R$0,01) que falta?
Cena 2: No supermercado a compra fica em R$23,47. Você paga com uma Onça-pintada (R$50,00) e recebe um Mico-leão-dourado (R$20,00), uma Garça (R$5,00), um Beija-flor (R$1,00) e um Barão (R$0,50). Se você reclamar o restante do troco, e apenas se reclamar, leva o Tiradentes (R$0,05) mais uma careta do caixa e risadinhas das pessoas a volta.

Via de regra a resposta que obtemos nestas situações é que "não temos moedas de um centavo, posso ficar te devendo?", ou "aceita uma bala de troco?". Isto quando há alguma resposta, casos em que eu, a contra-gosto, muitas vezes deixo por menos e não exijo o troco devido. Porém, muitas vezes o nosso interlocutor simplesmente ignora o fato que o troco está incompleto, numa mais absoluta falta de respeito. Quando isto acontece eu costumo exigir o troco (e haja paciência para aguentar as gozações, piadinhas, risadinhas, comentários e o sorriso amarelo a nossa frente).

O desprezo pelas moedas de um centavo é tão grande e já está tão incorporado à nossa cultura que não nos damos conta do grande mistério que cerca esta questão: onde estão as moedas de R$0,01? Isto mesmo, acredite, um mistério digno de Sherlock Holmes, Hercule Poirot, ou até mesmo de uma CPI no Congresso Nacional. Uma rápida consulta no site do Banco Central do Brasil revela a quantidade de cédulas e moedas em circulação (em poder do público e da rede bancária). Veja nas tabelas abaixo as quantidades atuais de moedas.

MOEDA - 1A. FAMILIA (INOX)
DenominaçãoQuantidadeValor
0,011.990.800.19719.908.001,97
0,051.319.414.48565.970.724,25
0,101.400.560.566140.056.056,60
0,25425.886.478106.471.619,50
0,50481.779.165240.889.582,50
1,0035.449.09235.449.092,00
Total = 5.653.889.983R$ 608.745.076,82
Posição em 21.06.2007

MOEDA - 2A. FAMILIA
DenominaçãoQuantidadeValor
0,011.199.355.55511.993.555,55
0,051.530.824.89876.541.244,90
0,101.722.578.227172.257.822,70
0,25813.712.616203.428.154,00
0,50566.873.902283.436.951,00
1,00696.900.895696.900.895,00
Total = 6.530.246.093R$ 1.444.558.623,15
Posição em 21.06.2007

Só de moedas de R$0,01 há quase 3 bilhões e 200 milhões em circulação, ou melhor, deveriam estar. Há quase tantas moedas de R$0,01 que a soma das moedas de R$1,00, R$0,50 e R$0,25 juntas. Estas últimas não estão em falta. Já as de um centavo, onde estão? Algumas possíveis respostas:
  1. Nas casas, em cofrinhos? Eu não guardo muitas moedas R$0,01 e não conheço ninguém que o faça de forma a afetar o meio-circulante;
  2. Nos bancos? Os caixas dizem que não têm moedas.
  3. No comércio? É mais fácil achar balinhas de menta.
  4. Perdidas? Será que alguém já procurou nos achados e perdidos do metrô?
  5. Seqüestradas? Humm, quase 32 milhões de reais em moedas devem valer um alto resgate. O problema é o cativeiro para 7 mil toneladas das pequeninas.
Para mim é um completo mistério. Se alguém souber do paradeiro das moedas de um centavo, por favor me avise.

Veja também: Ô malandragem, dá um tempo* - 1 e Cédulas e Moedas.

Em tempo: a pesquisa "O brasileiro e sua relação com o dinheiro" (DataFolha/BC, 2005, PDF - 1,1 MB) indica que nem o público e nem os comerciantes sentem muita falta do Pedrinho. Ou seja, provavelmente sou parte daquela minoria chata [sic] que pede todos os centavos do troco. De qualquer forma o mistério continua: onde estão aqueles 3 bilhões de moedas de um centavo?